segunda-feira, 29 de julho de 2013

Conferência de Igualdade Racial em Uberlândia/MG , encerra etapas municipais.

por Monica Aguiar  

Nos dias s 26 e 27 de julho aconteceu a IIIª Conferência Municipal de Promoção da Igualdade Racial de Uberlândia/MG a ultima da etapa municipais em Minas Gerais. Com o tema central Democracia e Desenvolvimento sem racismo: por uma Uberlândia afirmativa.  A conferência foi realizada no auditório do Centro Administrativo Municipal e contou  com palestras, painéis e debates   para  avaliar os avanços e desafios das políticas de igualdade racial no Brasil e no Estado,  abordando as estratégias para o desenvolvimento e o enfrentamento ao racismo. Também fizeram parte desta pauta a análise dos arranjos institucionais para assegurar a sustentabilidade das políticas de igualdade racial, a participação política e controle social, entre outros temas de relevância municipal. 
O evento foi realizado pela Superintendência da Igualdade Racial, ligada à Secretaria de Governo, teve como  palestra magna o tema “Democracia e desenvolvimento sem racismo: por um Brasil afirmativo”, ministrada por Hélio Santos, ativista histórico,  um dos responsáveis pelo dialogo dado ao Governo Federal desde 95 com Movimento Negro e também pela  implantação do sistema de cotas em Universidades Federais .  
Segundo a superintendente da Igualdade Racial, Marli Anastácio, a Conferência tratará da nova políticas que esta sendo implantada pelo governo municipal, no que se refere ao enfrentamento e combate ao racismo e a desigualdades raciais. “Temos certeza que nesse espaço configura a construção de propostas que promovem o bem estar da nossa sociedade, com justiça e igualdade para população negra ”, afirma a superintendente. 

Para a representante do Fopir, Conceição Leal, essa terceira Conferência é mais uma das grandes agendas  dentro da história de luta do povo negro. "Uberlândia,  o Triângulo Mineiro se faz presente contribuindo de forma muito humilde no combate ao racismo no Brasil, mas muitas  vezes foi o precursor dos principais agendas com debate e pauta colocada para o pais. 
 “Aqui, vamos debater e elaborar proposta para Plano Municipal e eleger nossos delegados e delegadas para a Conferência Estadual”, afirma o presidente da Comissão Racial da Câmara Municipal, David Thomaz.
Todas as propostas debatidas serão subsídio à elaboração do plano Municipal de Promoção da Igualdade Racial, um dos pilares da proposta da administração no que tange a implementação de ações necessárias ao estabelecimento de uma cidade afirmativa.
A Conferência foi organizada por uma Comissão formada por membros do Fórum Municipal de Promoção da Igualdade Racial e da Comissão Racial da Câmara Municipal de Uberlândia. Representantes desses órgãos junto com demais membros da sociedade civil.

No fechamento dos trabalhos Foram eleitos também 15 delegados da sociedade civil e 06 delegados do poder público, 01 o Conselho de Promoção da Igualdade Racial, um (01) da Câmara Municipal e uma (01) da Superintendência órgão gestor da promoção da igualdade racial totalizando : 24 delegadas e delegados à Conferência Estadual, confirmada para os dias 28 a 30 de agosto na região metropolitana de Belo Horizonte.

CNJ promove encontro para discutir situação das mulheres encarceradas - DF

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A segunda edição do Encontro Nacional do Encarceramento Feminino visa discutir questões relacionadas às mulheres privadas de liberdade e egressas. Durante o evento serão debatidos assuntos como prisão domiciliar, tratamento de grávidas e mães com filhos no cárcere, revista íntima, tráfico de entorpecentes, mulheres em manicômios judiciários, entre outros.
As inscrições estão abertas até 20 de agosto e podem ser feitas aqui. A programação completa está disponível no índice à direta da página.
O evento é coordenado pelo Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Medidas Socioeducativas (DMF), do Conselho Nacional de Justiça, em parceria com o Departamento Penitenciário Nacional (DEPEN) do Ministério da Justiça.

Serviço:

Data: 21 e 22 de agosto de 2013
Local: Escola de Magistratura Federal - 1ª Região (Esmaf). Setor de Clubes Esportivo Sul, Trecho 2, Lote 21 - Brasília/DF Cep: 70200.970 Fone: (61) 3217-6646

Público-alvo: Juízes e servidores que atuam na área criminal e de execução penal, nas esferas federal e estadual, Secretários de Administração Penitenciária dos Estados, diretores de penitenciárias, agentes penitenciários, membros do Ministério da Saúde, do Ministério Público federal e estadual e profissionais de saúde

Inscrições: até 20 de agosto, pelo endereço eletrônico



Mulheres ocupam 14% dos cargos executivos, mostra pesquisa

As mulheres ocupam quase a metade das vagas no mercado de trabalho, mas a desigualdade persiste quando se trata de salário e de funções mais altas. Pesquisa do IBGE feita em maio nas seis maiores regiões metropolitanas do país mostrou que 10,5 milhões de mulheres e 12,5 milhões de homens trabalhavam. No entanto, os salários das mulheres eram 26% inferiores aos dos homens. O desemprego ainda é maior para as mulheres. Na média entre janeiro e maio, atingiu 6,8% das mulheres que buscavam por trabalho. Entre os homens, o desemprego foi de 4,6%.
No mundo executivo, essa disparidade é ainda maior. Quanto mais elevado o cargo, menor é a participação feminina. Se as mulheres hoje são 58% dos formados em curso superior no país, uma pesquisa da consultoria Bain com 514 executivos revela a dificuldade de elas se inserirem no mercado de trabalho corporativo: 14% dos executivos eram mulheres, 4% presidentes de empresas e 3% integravam conselhos de administração.

Luciana Batista, gerente-sênior da Bain refuta que o problema seja de falta de ambição. Para ela, trata-se de uma questão cultural que afeta os processos de seleção e as características de estilo valorizadas, mais associadas ao profissional homem, além de a mulher apresentar mais conflitos entre a carreira e a vida pessoal. "É recomendável nas empresas criar horários flexíveis de trabalho e ter homens e mulheres atuando na seleção de profissionais com critérios muito claros", diz. Luciana reforça que a empresa deve internalizar esses valores a favor da diversidade de gênero e mostrar que tem um plano de metas para valer em busca da igualdade de oportunidades.

Na Petrobras, a política de igualdade de gênero é aplicada de forma sistemática desde 2006, quando a estatal passou a participar do selo pró-equidade da Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM), vinculada à Presidência da República. A gerente de orientações e práticas de responsabilidade da companhia, Janice Dias, diz que a empresa adotou ações, obteve bons resultados, mas ainda é preciso aumentar a participação feminina nos cargos decisórios. "Isso deve ser muito debatido, as mulheres devem se sentir com poder para mudar essa lógica." Nesses seis anos, a Petrobras ampliou o tempo de licença-maternidade, criou salas de amamentação em suas instalações e tem feito ações pontuais na área operacional, como adequar o tamanho de uniformes para as mulheres e os espaços nas plataformas de petróleo, com quartos e banheiros exclusivamente femininos. Hoje, a empresa tem 9.668 mulheres em seu quadro de funcionários, o equivalente a 15,6% do total. Em 2003, eram 4.406 mulheres, ou 12% do total.

O Citibank adota uma política de igualdade de gênero e tem uma área específica para a diversidade, que se preocupa ainda com negros, pessoas com deficiência e jovens carentes. Desde 2006, o grupo financeiro criou um conselho de mulheres para entender as prioridades das funcionárias e ajudar no desenvolvimento de suas carreiras. O grupo tem uma política de coaching exclusivo a mulheres, ampliou a licença-maternidade para seis meses e adotou um programa voltado às mães, o Maternity Care. O programa auxilia a funcionária durante a gestação, após o nascimento do bebê e no retorno ao trabalho e inclui sala de amamentação, horário de trabalho flexível e uma preparação do chefe da funcionária que saiu de licença para que a volta ocorra de forma bem sucedida. "Tentamos mostrar que damos muita ênfase para o retorno da mãe, que pode dar importância na carreira", diz o vice-presidente de recursos humanos do Citibank Brasil, Henrique Szapiro.

Na rede de varejo Walmart, a valorização do trabalho feminino faz parte da estratégia global da empresa. "O desempenho financeiro é melhor", diz a diretora de sustentabilidade do grupo no Brasil, Camila Valverde. A maioria (54%) dos 80 mil empregados no Brasil é formada por mulheres, mas os cargos de liderança são ocupados majoritariamente por homens (77%). "O desafio é entender por que isso acontece e criar ações para promover a igualdade e desenvolver os talentos femininos para ocupar posições de liderança", diz Camila.

A empresa é signatária do selo pró-igualdade da SPM, implantou jornada flexível, aumentou a compra de empresas fornecedoras de propriedade de mulheres, reforçou a comunicação interna sobre questão e recomenda que, no plano de sucessão dos executivos, pelo menos uma mulher seja indicada ao cargo, além de promover treinamento para mulheres executivas para desenvolver a liderança.
O governo criou em 2005 o selo pró-equidade e 80 empresas já participaram do programa que atinge de forma direta ou indireta cerca de 1 milhão de pessoas. O selo exige das empresas a criação de um comitê interno para cuidar do tema e a elaboração de um plano com ações e metas claras. "O comitê é a possibilidade concreta de debater e colocar em práticas as ações", diz a secretária de avaliação de políticas e autonomia econômica das mulheres da SPM, Tatau Godinho, para quem o pulo do gato está em não apenas debater, mas propor ações concretas.

Fontes: Agencia Patricia Galvão / Canal Executivo/ Seebma
Foto: Nucleo Ceos 
Foto2: Monica Aguiar

Em encontro de culturas, índios e quilombolas debatem dificuldades de manter seus costumes

São Jorge (GO) – Durante o 13° Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros, entre 19 e 27 de julho, na Vila de São Jorge, município de Alto Paraíso de Goiás, cerca de 70 lideranças de comunidades tradicionais do Cerrado trataram das dificuldades que enfrentam para manter preservados seus modos de vida e o ambiente que ocupam.
O Segundo Encontro Regional da Rede Cerrado reuniu povos tradicionais de Goiás e do Distrito Federal. Comunidades - quilombolas, indígenas, pequenos agricultores, extrativistas, geraizeiros (populações tradicionais que vivem no Norte de Minas), ribeirinhos e vazanteiros (que produzem na época das vazantes dos rios).
César Victor, membro da coordenação da Rede Cerrado, explica que a rede envolve entidades da sociedade civil protetoras do Cerrado. São movimentos sociais preocupados com questões sócio-ambientais e que podem trabalhar em integração, lutando para que as políticas públicas visem a exploração sustentável do bioma. A rede foi criada durante a Eco 92, Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, ocorrida no Rio de Janeiro em junho de 1992.
O Cerrado é o segundo maior bioma do país, atrás apenas da Amazônia. Abrange uma área que ocupa doze unidades da Federação. São elas: Bahia, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Piauí, Rondônia, São Paulo, Tocantins e Distrito Federal.
As lideranças que participaram das reuniões, na Vila de São Jorge, são integrantes das organizações que formam a rede. É o caso do índio Hiparidi, da etnia Xavante, membro da Mobilização dos Povos Indígenas do Cerrado. Ele faz parte da coordenação da Rede Cerrado e veio de Mato Grosso para participar. Para Hiparidi, os principais problemas enfrentados pelos índios que vivem no bioma são a expansão do agronegócio e os grandes empreendimentos, como hidrelétricas e estradas, ao redor das terras indígenas e, até mesmo, dentro delas.
"Com isso, a gente vai perdendo os territórios, vai ocorrendo desmatamento. Aí começa a perder a língua, a cultura, começa a perder os conhecimentos tradicionais. Isso é o maior problema e isso acontece desde a invasão do Brasil até hoje".
Hiparidi também se diz preocupado com a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 215, que transfere a função de demarcar territórios indígenas do Poder Executivo para o Congresso Nacional. Hoje, a demarcação de terras é feita pelo Ministério da Justiça, por meio da Fundação Nacional do Índio (Funai). "A demarcação de terras vai se tornar [uma decisão] meramente política, ao invés de técnica", disse.
César Victor, que representa também a Funatura, organização não governamental que luta pela conservação e uso sustentável da biodiversidade, aponta ainda a necessidade de um marco legal específico para o Cerrado. Segundo ele, o marco precisaria reconhecer aspectos importantes que a lei geral não reconhece. Entre eles, a necessidade de se fazer um zoneamento do Cerrado, apontando, por exemplo, áreas ocupadas por comunidades tradicionais e que precisam ser preservadas.
César lembra que, tramita desde 1995 no Congresso Nacional, uma PEC que reconhece o Cerrado e a Caatinga como patrimônios nacionais. Hoje, apenas a Amazônia e a Mata Atlântica estão incluídas na Constituição de 1988. "Seria um instrumento muito forte. Tanto do ponto de vista simbólico, quanto para a definição de políticas públicas pro Cerrado", acredita. Mesmo já aprovada em uma comissão especial da Câmara em 2006, ele não vê chances de levar a proposta para votação em plenário na atual legislatura. "A gente tem que se preparar, os eleitores devem se preocupar em quem estão votando, para eleger candidatos comprometidos com o desenvolvimento sustentável da região."

O Instituto Chico Mendes da Biodiversidade (ICMBio), órgão responsável pela gestão de unidades de conservação federais, também participou das reuniões. Para o diretor do ICMBio, João Arnaldo, a ameaça mais comum para o Cerrado é a substituição da vegetação original por atividades agropecuárias. Ele acredita que o bioma precisa de mais áreas de conservação, até mesmo para garantir o mínimo de 10% de preservação de cada bioma do país, previstos na Convenção da Diversidade Biológica da ONU, da qual o Brasil é signatário.
Para ele, é preciso trabalhar junto com a sociedade para definir regiões prioritárias a serem preservadas. Desafio de todas as esferas de governo, já que as unidades de preservação podem ser municipais, estaduais ou federais. Um dos critérios é o conceito de área insubstituível, fragmentos do bioma que só existem em um determinado local.  Além disso, as áreas ocupadas por comunidades tradicionais, com seus saberes, com sua convivência sustentável com a natureza, merecem ser protegidas. "Para garantir o sustento desses povos e a consolidação dos serviços ecossistêmicos que eles prestam ao povo brasileiro," esclarece Arnaldo.
Ainda para o diretor do instituto, é um equívoco permitir qualquer relação de conflito de estratégias entre a criação de unidades de conservação e a produção agrícola. "Porque não dá para ter uma parte da sociedade construindo a estratégia de conservação e outra parte da sociedade disputando essa mesma área para outras finalidades. Então, ter isso como uma meta comum para o povo brasileiro é o que vai garantir, inclusive, que daqui a alguns anos, nós possamos ter o orgulho de dizer que somos o celeiro do planeta, produzindo grãos e oferecendo alimentos para todo mundo, sem ameaçar nossa biodiversidade. Esse talvez seja o grande selo verde que nós podemos oferecer para nossa agricultura", defende.
Durante o Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros,  quilombolas e índios participaram de oficinas sobre a Convenção 169, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), promovidas pela Secretaria-Geral da Presidência da República. A convenção determina a consulta prévia, às comunidades tradicionais, sobre empreendimentos que possam afetar as terras onde vivem. O xavante Hiparidi acha importante que as lideranças indígenas conheçam a convenção para exigir seu cumprimento pelo governo brasileiro e levar casos de abusos a cortes internacionais.

Ao todo, a Rede Cerrado vai promover cinco encontros regionais. O primeiro foi no município da Chapada Gaúcha, no norte de Minas Gerais, e contou com a participação dos povos do Grande Sertão Veredas. Os próximos encontros ocorrerão nos municípios de Tocantínea (TO), Campo Grande (MS) e Augustinópolis (TO). Esse último vai tratar exclusivamente das demandas dos povos indígenas. As propostas apresentadas nessas reuniões serão encaminhadas ao Encontro Nacional  da Rede Cerrado, que ocorre em abril do ano que ve.

Fonte: EBC 

Ministra italiana negra diz que está cansada de insultos e ofensas

Roma – A ministra da Integração italiana, Cecile Kyenge, atingida por bananas na última sexta-feira (26), disse que, às vezes, se sente “cansada” dos insultos e ofensas de que tem sido alvo por ser negra, mas assegurou que os ataques não a farão desistir de sua missão.
Na sexta-feira, durante um comício do Partido Democrático, Cecile Kyenge foi alvo de bananas arremessadas em sua direção, o que provocou uma nova onda de indignação na Itália.
De origem congolesa, a primeira negra nomeada ministra na Itália, Cecile Kyenge reconheceu, em entrevista ao jornal italiano La República, sentir preocupação pelas duas filhas, de 20 e 17 anos. A ministra disse pensar também em outras minorias e nos imigrantes que, ao contrário dela, não têm garantias de segurança, e sofrem ataques em Itália.
“Não posso esconder que às vezes me sinto cansada da repetição de insultos tão graves. Não os esperava tão fortes, mas não me detenho, nem me concentro” a pensar neles, disse Cecile. “Tento olhar para frente, pensar sobre as dificuldades que temos de suportar nesses eventos e sobre as melhores respostas que os políticos e a sociedade podem dar”, acrescentou.
A ministra defende que a Itália comece “um processo de reflexão” sobre o racismo. “Em outros países europeus, como a Suécia, há ministros negros, mas não acontece com eles o que está acontecendo comigo na Itália. Não podia imaginar reações tão violentas”, lamentou.
Cecile Kyenge garante que os ataques e os insultos ocorrem também na classe política, reiterando que a Itália têm “um longo caminho a percorrer" quando se trata de avaliar a contribuição cultural que a imigração pode dar ao país.
“As reações aos insultos, que vejo no país, acabam por unir a Itália ‘boa’ e, quem sabe, ajudar a despertar muitas consciências, que durante anos estiveram um pouco adormecidas”, avaliou.
Esse foi mais um caso de racismo que envolveu a ministra, cidadã italiana nascida na República Democrática do Congo, depois de, no início do mês, um membro do partido Liga do Norte, que é contra a imigração, ter comparado a ministra a um orangotango. Cecile reagiu ao ataque com bananas dizendo que o mesmo foi “um desperdício de comida”.

Quilombolas de todo o Brasil discutem pauta para a III Conapir

Quilombolas de todo o Brasil discutem pauta para a III ConapirDurante o evento foi lançado o Guia de Políticas Públicas para as Comunidades Quilombolas, disponível para download na página da SEPPIR, no link: www.seppir.gov.br/arquivos-pdf/guia-pbq
Cerca de 150 representantes de comunidades quilombolas de 24 estados brasileiros passaram a quinta-feira, 25, reunidos em torno das discussões sobre os eixos norteadores da III Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial (III Conapir), que acontece entre os dias 5 e 7 de novembro, em Brasília. 
Eles participaram da Plenária Nacional das Comunidades Quilombolas, coordenada pela Secretaria de Políticas para Comunidades Tradicionais (Secomt), da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) e preparada pela Comissão Organizadora Nacional da III CONAPIR. O evento foi realizado entre os dias 24 e 25, no Hotel Nobile Lake Side, em Brasília.

Durante o evento foi lançado oGuia_para_Políticas_Públicas_para_Comunidades_Quilombolas, disponível para download na página da SEPPIR, nesse  link. A publicação traz informações sobre o Programa Brasil Quilombola, sobre programas e ações integradas direcionadas ao segmento, além de um breve histórico dessas comunidades no Brasil. 
Para Arilson Ventura, responsável pela Coordenação Nacional das Comunidades Quilombolas (Conaq) e representante da instituição no Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial (CNPIR), a expectativa é de que plenárias que tratem sobre a questão dos quilombolas continuem ocorrendo, não apenas ligada à Conapir, mas a todas as outras. “Esperamos que elas se revertam de forma positiva em políticas públicas para nossa gente”, disse.
Ele representa o quilombo Monte Alegre, localizado no município de Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo, e diz que apesar de problemas em infraestrutura, equipamentos de lazer, saúde, educação e o entrave da regularização fundiária, a comunidade vem desenvolvendo um trabalho promissor voltado ao turismo étnico, cultural e ambiental.
Na culinária, o destaque na sua comunidade é para o angu de banana verde com peixe seco, que atrai admiradores de todo o estado. Outra fonte de renda da população é a produção de hortaliças e massas como biscoitos, pães e bolos, que são comercializados em programas do Governo Federal e em feiras locais, “gerando sustentabilidade, aumento da renda e ajudando a fixar os jovens em seus lugares de origem”, afirmou.
Êxito nas políticas públicas - Já Agmar Pereira Lima, da comunidade de Palmeirinhas, e vereador no município de Pedras de Maria da Cruz, em Minas Gerais, diz que lá a vida está boa e várias políticas públicas estão sendo implementadas com êxito. “As primeiras nove unidades do programa Minha Casa, Minha Vida Rural estão sendo entregues”, exemplifica.
Ele enxerga na realização da Plenária um caminho correto que está sendo seguido rumo à implementação de políticas públicas. No entanto, sente falta de resultados efetivos. “Já estamos na terceira edição da Conferência e algumas demandas das duas anteriores se repetem. Precisamos ter nossas propostas respeitadas”, diz.
Ele tem como principal reivindicação a necessidade de um levantamento epidemiológico nas comunidades quilombolas, para que o Governo Federal saiba agir face às especificidades da saúde desse segmento da população.
Manoel Edeltrudes Moreira, da comunidade Kalunga, de Goiás, vice-prefeito da cidade de Monte Alegre, diz que os Kalunga, cerca de 6 mil pessoas, estão distribuídos também em Cavalcanti e Terezinas. O quilombola afirma que a titulação de terras é o principal problema enfrentado na região. “Não temos problemas com os fazendeiros, mas o governo precisa ter recursos para resolver a questão”, diz.
Sobre a Plenária, Manoel diz que é um espaço para que lideranças de todo o Brasil tenham direito de falar para o Governo Federal, para que o mesmo conheça e reconheça suas demandas.

Fonte, foto e texto: SEPPIR

Mulheres negras de Minas Gerais se mobilizam para III CONAPIR

Mulheres negras de Minas Gerais se mobilizam para III CONAPIRO Seminário Estadual Mulheres Negras de Minas Gerais: Rumo à III Conferência Estadual de Promoção da Igualdade Racial - CONEPIR/MG, e em homenagem ao dia 25 de julho, em que se comemora o Dia Internacional de Luta da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha, foi realizado no último final de semana (20 e 21/07/2013), em Cataguases (MG). Participaram 68 mulheres de todo o Estado, entre militantes do movimento negro e feminista, dirigentes de entidades sindicais e lideranças de matriz africana.
Como parte da programação, foi realizada mesa de discussão sobre o tema Mulher Negra - Desenvolvimento, Avanços e Desafios, da qual participaram Dalila Negreiros, representante da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial - SEPPIR, Monica Aguiar, Coordenadora Geral do Centro de Referência de Cultura da Mulher Negra de Minas Gerais e membro da Coordenação Estadual da III CONEPIR/MG, que refletiu sobre a "Invisibilidade da Mulher Negra: Subjetividade que não permite avançar", Dicota Djanganga da CEN (Coordenação de Entidades Negras), que falou sobre "Mulher e Religiosidade", e como coordenadora da mesa esteve Zélia Lúcia Lima, dirigente nacional e estadual da UNEGRO .
Rita Suely, anfitriã do seminário, do movimento Negro de Ganga Zumba, FOMENE Minas Gerias e Fórum Estadual de Mulheres Negras, afirmou que o propósito do Seminário foi proporcionar o debate das desigualdades que atingem as mulheres negras, considerando a agenda proposta pela III CONAPIR: “Esta tarefa nós cumprimos, a chamada central em torno da democracia possibilita fazer um balanço dos avanços, mas também dos desafios que as mulheres negras ainda enfrentam".
O Seminário também contou com mostra de produtos étnicos produzidos por empreendedoras de Belo Horizonte e Juiz de Fora. Na noite do dia 20, ocorreu sarau em comemoração aos 25 de julho. No domingo, foi aprovado o caderno de diretrizes contendo propostas e textos que irão subsidiar a III CONAPIR.
A abertura teve a presença do prefeito de Cataguases, Jose Cesar, e do secretário Ação Social, Wanderley Teixeira Cardoso.
COORDENAÇÃO DO FÓRUM ESTADUAL DE MULHERES NEGRAS DE MINAS GERAIS
Monica Aguiar: Centro de Referência de Cultura da Mulher Negra de Minas Gerais (BH)
Rita Suely: FOMENE MG ( Cataguases)
Zélia: UNEGRO MG ( Juiz de Fora)
Dicota Djanganga : CEN- Coordenação Estadual de Entidades Negras (BH)
Ana Amélia : Recreio
Marilsa Carlos: Associação dos Capoeiristas Leão ( Sabará)
Marcineia Ganga Zumba ( Cataguases )
Tânia Costa : Centro de Referência de Cultura da Mulher Negra de Minas Gerais (BH)
Raisa ( Juventude Negra ) Cataguases
Libene Fernandes : Centro de Referencia de Cultura da Mulher Negra de Minas Gerais ( Ouro Preto )
Enoia : Religiosa Matriz Africana ( Juiz de Fora)
Vera Flauzino : SINDSEP/MG ( Juiz de Fora)
Marizette Amaral : Movimento Popular Minas Gerais (BH)

Fonte: SEPPIR

quinta-feira, 25 de julho de 2013

25 de julho dia que marca a luta das Mulheres Negras !

As Candances guerreiras  parte fundamental na história   reproduzida através da oralidade, pois a invisibilidade, os esteriótipos, o preconceito, a discriminação racial ainda são   principais instrumentos para afirmar a nossa não existência e não permitir o pleno exercício  de nossa cidadania !!!























Monica Aguiar 

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Reduz casos de mutilação genital em mulheres na África e no Oriente Médio

 A mutilação genital em mulheres e meninas encontra cada vez mais resistência na sociedade, mesmo que ainda seja um procedimento largamente difundido em países da região. De acordo com o estudo Mutilação/Corte Genital Feminino: Uma Visão e Exploração Estatística das Dinâmicas de Mudança, do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), um número cada vez maior de mulheres e meninas se opõe à mutilação.
Em países como Benin, Gana, Togo e Iraque, a grande maioria de mulheres ouvidas, entre 15 e 49 anos de idade, acredita que o procedimento deve acabar. Famílias passaram a apoiar as filhas, no intuito de não se submeterem à mutilação. Em países como o Quênia e a Tanzânia, mulheres de 45 a 49 anos têm aproximadamente três vezes mais chances de se submeter ao procedimento do que adolescentes de 15 a 19 anos. Fato que indica uma mudança de comportamento dessas comunidades nos últimos anos. No Benin, Iraque e na Nigéria, dentre outros países, o número de mutiladas caiu pela metade entre as adolescentes.
A tendência, no entanto, não é acompanhada em todos os países. Em seis das 29 nações consultadas, mais da metade das mulheres ouvidas ainda se posicionam a favor das mutilações genitais femininas. Mais de 70% das mulheres do Mali são a favor da prática. No Egito, onde cerca de 54% das mulheres são favoráveis às mutilações, 27,2 milhões já passaram pelo procedimento.
A mutilação ou o corte, de acordo com o estudo, está intimamente ligada a grupos étnicos, sugerindo certas normas sociais dessas comunidades, as religiosas. Mais de 50% das garotas e mulheres consultadas consideram as mutilações uma exigência religiosa. O estudo lembra que a remoção de partes da genitália feminina foi considerada uma violação aos direitos humanos em 1993, na Conferência Mundial de Direitos Humanos, em Viena.
Para a vice-presidenta executiva da Unicef, Geeta Rao Gupta, é preciso ouvir as vozes da população sobre o assunto. “A mutilação genital feminina é uma violação dos direitos das mulheres à saúde, ao bem-estar e à autodeterminação. O que está claro neste estudo é que a legislação sozinha não é o suficiente. O desafio agora é deixar meninas, mulheres, rapazes e homens falarem alto e claro e declararem que querem o abandono dessa prática nociva”.

Encontro de Culturas Tradicionais movimenta a Chapada dos Veadeiros

São Jorge (GO) - Nem mesmo a poeira desanima os turistas. Com a estiagem típica do inverno no Cerrado goiano, o trecho sem asfalto da estrada que liga a cidade de Alto Paraíso de Goiás ao povoado de São Jorge, mais parece feito de areia. Os carros levantam um pó que forma uma espécie de neblina no horizonte da Chapada dos Veadeiros. Na chegada à pequena vila de 500 habitantes, as ruas sem pavimentação mantém uma névoa suspensa no ar. Carros, casas, barracas de camping e tudo mais que estiver exposto ao tempo toma uma coloração esbranquiçada.
A cidade de Alto Paraíso de Goiás é a porta de entrada para o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros e destino obrigatório para quem quer conhecer as belezas da região, localizada no nordeste de Goiás. Mais perto ainda do parque, a 35 quilômetros de Alto Paraíso, está o pequeno povoado de São Jorge. Em julho, a vila recebe o Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros. O evento promove as manifestações da cultura local, valorizando comunidades tradicionais, como os quilombolas e os índios, primeiros moradores da região.
O encontro vai até o próximo domingo (28), na Vila de São Jorge, em Alto Paraíso de Goiás. Todas as atividades são gratuitas, mas têm vagas limitadas.
É este o cenário que recepciona os cerca de 30 mil turistas esperados para a região na temporada de julho. Eles vêm em busca das centenas de cachoeiras que compõem, junto com formações rochosas e a vegetação típica do Cerrado. A região atrai gente interessada em estilo de vida alternativo, mais próximo da natureza, e, também, àqueles em busca das trilhas, corredeiras e atividades radicais, como a canoagem e as tirolezas.
É fácil encontrar gente vinda dos mais diferentes lugares do país e do mundo. A argentina Estela Rollieri mora no Brasil há quinze anos, mas veio à São Jorge especialmente para o festival. Artesã na maior parte do tempo, ela montou uma barraca de pizzas na chapa. Estela acredita que vai lucrar mais, já que a concorrência de barraquinhas de artesanato é maior.

As ruazinhas de terra e as dezenas de pousadas costumam lotar em época de férias. O encontro ajuda a aumentar esse movimento. A podóloga Maria de Freitas veio de Taguatinga, no Distrito Federal. Morando a 240 quilômetros dali, ela nunca tinha visitado a região. Enquanto aproveitava o Sol numa das pedras da Cachoeira São Bento, em Alto Paraíso de Goiás, disse que se surpreendeu. "Fiquei encantada com a natureza, as pessoas daqui, muito educadas, tratam a gente muito bem, sabe? Muito tranquilo, tô gostando muito."
Assim como a argentina Estela, o jovem Patrick Belém também apostou na fome dos visitantes. Curitibano, formado em jornalismo e, também, músico, ele sobrevive na cidade vendendo sanduíches naturais em uma caixa térmica, no cinema a Céu aberto. A Mostra CentroéCine exibe mais de 20 longas e curtas-metragens em tela montada sobre um caminhão. O ponto de encontro reuniu, ainda, pipoqueiros, vendedores de bebidas e artesãos.
O Encontro de Culturas oferece, ainda, oficinas que ensinam a população local a trabalhar com materiais típicos da região. Entre os produtos, estão o artesanato com sementes, sabão feito com plantas do Cerrado e remédios caseiros. Ao mesmo tempo que ajudam na geração de renda, preservam o meio ambiente ao promover o extrativismo sustentável.
Fonte / texto/foto: EBC

segunda-feira, 22 de julho de 2013

SEMINÁRIO ESTADUAL DE MULHER NEGRAS ELEGE COORDENAÇÃO E APROVA CADERNO DE SUBSIDIO

O Seminário  Estadual Mulheres Negras de Minas Gerais   rumo a  IIIª  Conferência Estadual de Promoção da Igualdade Racial" e  dia 25 de julho " Dia Internacional de luta da Mulher Negra Latina Americana e Caribenha" aconteceu neste final .
O Seminário Estadual aconteceu nos dias 20 e 21 de julho, em Cataguases,  participaram 68 mulheres de todo Estado militantes e dirigentes em entidades:  sindical, federações,  confederações, centrais e   Matrizes Africana. 
Com uma vasta programação o seminário iniciou dia 20,  contando na abertura com a presença da SEPPIR  Dalila Fernandes,  que esteve também presente na mesa temática falando sobre Mulher Negra - “Desenvolvimento, avanços e desafios”e contou com a presença do Prefeito José Cesar (Cesinha) e Secretário Municipal de Assistência  Social Social Wanderley Teixeira  . 
Na mesa temática com a representante da SEPPIR Dalila,  estiveram também Monica Aguiar Coordenadora Geral do Centro de Referência de Cultura da Mulher Negra de Minas Gerais e Coordenação Estadual da IIIª Conferência  de Promoção da Igualdade Racial/ MG, que refletiu sobre a "Invisibilidade da Mulher Negra: Subjetividade que não permite avançar",  Dicota Djanganga da CEN ( Coordenação de Entidades Negras) falou sobre "Mulher e Religiosidade". Esta mesa foi  coordenada por Zélia dirigente  nacional e estadual da UNEGRO .
Rita   Suely, anfitriã do seminário, do movimento Negro de Ganga Zumba , FOMENE Minas Gerias e Fórum Estadual de Mulheres Negras, afirma o proposito do Seminário que é proporcionar o debate das desigualdades que as mulheres negras sofrem, considerando a agenda colocada da  IIIª Conferência de Promoção da Igualdade Racial . “Esta tarefa nós cumprimos, a chamada central em torno da democracia,   possibilita fazer um balanço  dos avanços mas também dos desafios que as mulheres negras ainda enfrentam " Diz Rita .
O Seminário Estadual também propiciou mostra de produtos étnicos produzidos por empreendedoras  de Belo Horizonte e Juiz de Fora .
Na noite do dia 20, ocorreu sarau em comemoração aos 25 de julho Dia internacional de Luta da Mulher Negra Latina Americana e Caribenha.
No dia 21, foi aprovada o caderno de diretrizes contendo propostas e textos que irão subsidiar a IIIª Conferencia Estadual de Promoção da Igualdade Racial .











COORDENAÇÃO DO FÓRUM ESTADUAL DE MULHERES NEGRAS
DE MINAS GERAIS
Monica Aguiar: Centro de Referência de Cultura da Mulher Negra de Minas Gerais (BH)
Rita Suely: FOMENE MG ( Cataguases)
Zélia: UNEGRO MG ( Juiz de Fora)
Dicota Djanganga : CEN- Coordenação Estadual de Entidades Negras  (BH)
Ana Amélia : Recreio
Marilsa Carlos: Associação  dos Capoeiristas Leão  ( Sabará)
Marcineia Ganga Zumba ( Cataguases )
Tânia Costa : Centro de Referência de Cultura da Mulher Negra de Minas Gerais (BH)
Raisa ( Juventude Negra ) Cataguases
Libene Fernandes : Centro de Referencia de Cultura da Mulher Negra de Minas Gerais  ( Ouro Preto )
Enoia : Religiosa Matriz Africana ( Juiz de Fora)
Vera Flauzino : SINDSEP/MG  ( Juiz de Fora)
Marizette Amaral : Movimento  Popular Minas Gerais (BH)


























Kalungas, Patrimônio Brasileiro - TV NBR

Museu Nacional de Cultura Afro-Brasileira na Bahia poderá ser federalizado

Ministra, acompanhada pelo diretor do Muncab, conheceu acervo do museu
O Museu Nacional de Cultura Afro-Brasileira (Muncab) pode ser o primeiro museu vinculado ao Ministério da Cultura (MinC) na Bahia. Durante reunião realizada em Salvador,  na quinta-feira (18), a ministra da Cultura, Marta Suplicy, e autoridades do Estado discutiram a possibilidade de que o museu passe a ser de competência do governo federal e administrado pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram/MinC). A reunião contou com a presença do governador da Bahia, Jaques Wagner, do diretor do Muncab, José Carlos Capinan, do presidente da Fundação Cultural Palmares (FCP), Hilton Cobra, e do presidente do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), Angelo Oswaldo. Estiveram presentes ainda o secretário de Cultura da Bahia, Albino Rubim, a senadora Lídice da Mata (PSB-BA), a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) e  outras autoridades.
Etapas

O primeiro passo para o processo de federalização do museu, criado em 2002, será a produção de um diagnóstico sobre as pendências existentes, que desde 2011 ocupa o antigo Prédio do Tesouro, no Centro Histórico de Salvador, mas ainda está em processo de instalação. Para que a federalização seja viabilizada também será necessária a elaboração, pelo Poder Executivo, de projeto de lei sobre o tema.A ministra Marta Suplicy destacou a importância de que o Brasil tenha um museu nacional voltado para a temática afro-brasileira. “Nosso país precisa muito de lugares como este, que trata de uma raiz fundamental para a nossa história. O acervo encontrado aqui tem grande relevância, relata a importância do negro no processo civilizatório brasileiro”, disse.

Texto: Ascom/MinC e Ibram
Foto: Roberto Abreu/MinC

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Plenária Livre Sobre as Mulheres

Brasil ocupa 118º lugar no ranking de 198 países sobre a participação política das mulheres

Apesar de ser garantida pela Constituição de 1988, a participação social e política, ainda não atende a todos, ou melhor, a todas. As mulheres na política no Brasil representam um número pequeno diante da imensa maioria formada por homens. Segundo o Relatório Global Data Base of Quotas for Women, o país ocupa a 118ª posição no ranking de 198 países sobre participação política das mulheres.

A  Secretária de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM), Eleonora Menicucci, fala da desvantagem que as mulheres enfrentam para participar do sistema político é influenciada por regras patriarcais. 

Ainda que tenhamos como chefe do executivo uma mulher, a presidenta Dilma Rousseff, a quantidade de mulheres na política está longe de alcançar uma igualdade de gênero.  Atualmente, apenas 44 mulheres ocupam espaços na Câmara Federal, num total de 513 parlamentares. Nos ministérios, dos 37 existentes, somente 10 mulheres estão à frente. No Senado Federal, a situação de desvantagem também se repete. Entre as 81 vagas, apenas 13 são ocupadas por mulheres.
No entanto, para aquelas que conseguiram se eleger, uma grande vitória, ao chegarem ao parlamento enfrentam novas dificuldades: ser mulher e estar em um ambiente majoritariamente masculino. Para a deputada federal Jô Moraes (PCdoB/MG), coordenadora da Bancada Feminina da Câmara dos Deputados, a desigualdade de gênero na política ainda se faz presente na rotina das parlamentares. “Não só ouvi como ouço quase que diariamente comentários machistas, como todas as mulheres. Mas, além do que ouvimos todos os dias, existem os gestos, os olhares, o não ouvir que é também muito agressivo e nos machuca, porque discrimina pela simples questão de sermos mulheres”, conta Jô.

Lei de Cotas
Para garantir uma maior inserção das mulheres na esfera política, diversas articulações vêm sendo feitas por movimentos sociais e entidades do poder público.  Um dos primeiros avanços na ampliação da participação feminina nos partidos foi em 1997, com a aprovação da Lei nº 9504, Lei de Cotas Eleitorais, que estabelecia aos partidos e coligações a reserva de no mínimo de 30% e no máximo de 70% do número de vagas para cada sexo. No entanto, a medida não necessariamente propunha o preenchimento dessas vagas.
Em 2011, o TSE instituiu a Resolução 23.373, dispondo sobre a escolha e o registro de candidatos nas eleições de 2012, trazendo a obrigatoriedade do preenchimento das vagas, de acordo com reforma eleitoral proposta pela Lei 12.034/09. E os resultados já se fizeram sentir nas eleições do ano passado.  Pela primeira vez os partidos políticos e coligações atingiram o percentual de 30% na candidatura para vereadores, com 31,8% de candidatas. No entanto, somente 13,32% foram eleitas. Já para as prefeituras, apenas 13,3% concorreram e 11,84% foram eleitas.

Reforma Política
Segundo a pesquisa “Mais Mulheres na Política”, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Instituto Patrícia Galvão, a opinião pública é favorável à igualdade de gênero na política.  Mais de 70% dos entrevistados consideram que só há democracia de fato com a presença de mais mulheres nos espaços de poder e de tomada de decisão. E 80% dos brasileiros consideram que deveria ser obrigatória a composição dos legislativos municipais, estaduais e nacional por metade de mulheres.
Para a coordenadora nacional da Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB), Rogéria Peixinho, para que isso aconteça de forma satisfatória, faltam políticas que deem condições para que as mulheres participem e sejam eleitas.  “Há vários empecilhos como falta de creche e outras condições que permitam que a mulher possa trabalhar e atuar, no sindicato, na associação, e etc. Para mudar esse quadro de desigualdade de gênero, é importantíssimo que aconteça uma reforma política que garanta a alternância de sexo, financiamento público de campanha, entre outras garantias. Só assim vamos conseguir uma justiça social”, disse.
Com o momento de mobilização popular que o país está vivendo várias pautas emergiram da sociedade. Uma delas é a proposta de Reforma Política.  O assunto ganhou visibilidade após a presidenta Dilma, em discurso no Planalto, propor a convocação de um plebiscito para formação de uma constituinte específica para a reforma política e uma nova legislação que torne a corrupção dolosa crime hediondo.  No entanto, organizações e movimentos já vinham discutindo e propondo os eixos da reforma política. Dessa articulação, surgiu a Plataforma dos Movimentos Sociais pela reforma do Sistema Político. Entre as propostas, está a reforma no sistema eleitoral de forma a possibilitar que os grupos que são subrepresentados nos espaços de poder, entre eles, mulheres, população negra, indígena, homoafetiva, e outros, possam disputar em igualdade com os demais. Dentro disso, estabelecem a alternância de sexo nas listas partidárias. O Plebiscito pela reforma política foi cancelado, sob a alegação de não haver tempo hábil para execução da proposta.

Exemplo: Cuba
De acordo com a pesquisa “Mulheres na Política: 2012, da ONU Mulheres”, entre os países com maior percentual de mulheres no parlamento está Cuba, ocupando o terceiro lugar, com 45.2%, o que representa 265 mulheres num universo de 586 vagas. Além das mulheres ocuparem muitos espaços na política, 40% dos parlamentares são negros ou pardos. Diferentemente do Brasil, em Cuba não há lei de cotas eleitorais.  Segundo a presidente da Associação Cultural José Martí de Solidariedade a Cuba, Zuleide Faria de Melo, a equiparação alcançada entre os sexos no parlamento do país é fruto de uma política movida pela construção de um país melhor. “Em Cuba, em todas as instâncias parlamentares o deputado não recebe um centavo pelo exercício. É um trabalho voluntário, considerado de serviço comunitário”, disse Zuleide. Além disso, ela destaca que há políticas que incentivam a participação de mulheres na esfera política. “Lá, as mulheres têm oportunidades para que se dediquem mais à política, como, por exemplo, com creches nos locais de trabalho e com um sistema de educação em regime integral para as crianças”, complementa Zuleide.

Fonte: Ag. P . Galvão

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