sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Defesa do Marco Regulatório para o setor de Comunicação Brasileiro e Pauta de Conversa da Rede Mulher e Mídia com Ministro das Comunicações

A Rede Mulher e Mídia esteve ontem (26) em reunião com o ministro das Comunicações, Ricardo Berzoíni, defendendo um marco regulatório para o setor de comunicação brasileiro. Segundo a militante Bia Barbosa, que esteve no encontro, a conversa foi positiva, pois o ministro mostrou disposição de abrir um debate público com a sociedade sobre o assunto.

O movimento defende que, na atual conjuntura, o espaço público das rádios e das televisões tem sido usado fundamentalmente para atender a interesses privados, “muitas vezes estritamente comerciais”, segundo carta entregue ao ministro pelas ativistas. Elas ressaltam que os meios rádio e TV são concessões públicas e portanto devem servir ao interesse da sociedade.

“Temos questionado a invisibilidade seletiva, sobretudo das negras, indígenas, lésbicas e mulheres transexuais, mas também de nossas reivindicações sociais e políticas e de nossa pluralidade”, disse a carta.

O documento diz que o efeito mais danoso da falta de uma regulamentação da mídia tem sido reforçar os estereótipos e preconceitos e uma das demandas é que isso seja impedido por novas regras. “A luta das mulheres também é uma luta por um marco regulatório dessas comunicações para garantir que a mídia respeite a imagem da mulher na mídia, para garantir que as mulheres possam ter espaço para exercer o direito à comunicação na esfera pública midiática”, disse Bia, que representa o movimento Intervozes dentro da Rede Mulheres e Mídia.

A militante explicou que, em alguns países, a regulamentação da mídia pode significar censura, porém, se o debate for bem articulado, isso não vai acontecer no Brasil. “Esse debate, se for feito de forma democrática, não há risco para a gente conseguir avançar na construção de um novo marco que vá de forma alguma cercear a liberdade de imprensa e de expressão”, disse Bia, acrescentando que as normas irão fortalecer o exercício da liberdade de expressão da população. “Hoje quem exerce essa liberdade de expressão são os donos dos grandes grupos de comunicação”.
Fonte: EBC

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