segunda-feira, 23 de março de 2015

Uma Historiadora chamada Maria Beatriz Nascimento .


Grande ativista do movimento negro,Maria Beatriz Nascimento, com outros outros pesquisadores como Eduardo Oliveira, Lélia González e Hamilton Cardoso, trabalharam para que a temática étnico-racial ganhasse visibilidade social na universidade e fortalecesse o discurso político do movimento negro. Além da militância intelectual, Beatriz era poetisa. 
Sua poesia traz à cena a experiência de ser mulher negra.  Essa sensibilidade se traduziu em toda sua escrita.

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 Maria Beatriz Nascimento (1942-1995)  intelectual e ativista negra . Nasceu em Aracaju, Sergipe, no final da década de 1940, migrou com a família para o Rio de Janeiro. Em 1971 graduou-se em história pela UFRJ. A partir de 1975 foi uma das principais Construtoras do IPCN onde destacou-se como uma das mais importantes militantes,  por seu trabalho de levar história do negro às Escolas de Samba.
 Esteve à frente da criação do Grupo de Trabalho André Rebouças, em 1974, na Universidade Federal Fluminense (UFF), compartilhando com estudantes negros/as universitários/as do Rio e São Paulo a discussão da temática racial na academia e na educação em geral, a exemplo da Quinzena do Negro realizada na USP em 1977. 
Concluiu a Pós-graduação lato sensu em História na Universidade Federal Fluminense, em 1981, com a pesquisa Sistemas alternativos organizados pelos negros: dos quilombos às favelas. 
Seu trabalho mais conhecido e de maior circulação trata-se de sua autoria  o filme Ori (1989, 131 min), dirigido pela socióloga e cineasta Raquel Gerber. Essa película documenta os movimentos negros brasileiros entre 1977 e 1988, passando pela relação entre Brasil e África, tendo o quilombo como idéia central e apresentando, dentre seus fios condutores, parte da história pessoal de Beatriz Nascimento. 
Através dessa participação percebe-se outra face de suas atividades: a poesia. Ao longo de vinte anos, tornou-se estudiosa das temáticas do racismo e dos quilombos, abordando ainda a correlação entre corporeidade negra e espaço e as experiências de longos deslocamentos socioespaciais de africanos/as e descendentes, por meio das noções de “transmigração” e “transatlanticidade”.
Seus artigos foram publicados em periódicos como Revista de Cultura Vozes, Estudos Afro-Asiáticos e Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Isto é, Jornal Maioria Falante e Última Hora. Há também registros dela em entrevistas a jornais e revistas de grande circulação nacional a exemplo do Suplemento Folhetim da Folha de São Paulo, Revista Manchete, além de ensaios e poemas inéditos.

Estava fazendo mestrado em comunicação social, na UFRJ, quando sua trajetória foi interrompida. Beatriz foi assassinada ao defender uma amiga de seu companheiro violento, deixando uma filha. Faleceu em 28 de janeiro de 1995 no Rio de Janeiro.

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