quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Parlamentares negros esperam que novo governo aprimore ações de promoção da igualdade racial

por Edson Santos,  Deputado Federal PT

 Parlamentares ligados ao movimento negro esperam que o novo governo vai aprimorar as ações de promoção da igualdade racial e de reparação a comunidades quilombolas.
 EDSON SANTOS, do PT fluminense, considerou positivas as políticas públicas do governo federal de combate ao racismo e de promoção da igualdade racial.
 Ele acredita que o governo da candidata eleita ao Palácio do Planalto, Dilma Rousseff, vai dar prosseguimento as ações adotas nos últimos oito anos.
Edson Santos: Houve assim avanço muito significativo no governo Lula nas políticas de combate ao racismo e de promoção da igualdade, com a votação principalmente do Estatuto da Igualdade Racial agora para o futuro, para o governo da presidente Dilma, fica a nossa responsabilidade no sentido de trabalharmos a regulamentação desse dispositivo legal. Então teremos muito trabalho pela frente, estou propondo a criação de uma comissão especial para acompanhar todo esse processo de regulamentação e até mesmo de novas realizações que irão se somar ao Estatuto de Igualdade Racial para que o Brasil de uma forma pioneira no  EDSON frisou que o Brasil ainda precisa superar problemas oriundos dos 350 anos de escravidão no país.
 DOMINGOS DUTRA, do PT do Maranhão, espera vários avanços na gestão da presidente Dilma Rousseff, entre eles a identificação de terras quilombolas.
Domingos Dutra: Nós esperamos que o país continue avançando, que os direitos humanos sejam respeitados, que a estabilidade econômica ocorra, e que a presidente Dilma avance em alguns setores muito importantes para o país. Primeiro na reforma agrária. Não haverá democracia nem justiça se não houver reforma agrária no país. É preciso avançar na identificação das terras de quilombos, porque a sociedade brasileira deve aos negros brasileiros, parte da riqueza que nós possuímos. É preciso que a presidente Dilma continue avançando na questão das terras indígenas. É preciso que ela cuide dos atingidos por barragens.
LUIZ ALBERTO, do PT baiano, defendeu a política de cotas para afrodescendentes nas universidades públicas brasileiras. Para o parlamentar, os mais de 300 anos de escravidão no país deixaram uma dívida para com essa parcela da população.
Luiz Alberto: Acho que o Brasil tem evoluído muito na sua perspectiva de se tornar um país desenvolvido. E esse conceito de desenvolvimento, é preciso que a sociedade se aproprie dele não só como crescimento econômico, ou acesso a bens de consumo por uma parte considerável da população, mas também reconhecendo as particularidades do país, por exemplo, de diversidade, de direitos democráticos que a população tem que... Nós vivemos num país onde viveu uma experiência de 350 anos de escravidão. Portanto, deixou para trás, nas oportunidades econômicas, sociais e culturais, um contingente imenso de população que, agora o IBGE confirmou, mais de 51 por cento da população brasileira, que são os afros brasileiros. Portanto, ele ficou pra trás e é preciso corrigir essa defasagem de oportunidades. Então as cotas se inscrevem nisso: o acesso à universidade como uma forma de forçar a entrada, a garantia do direito de igualdade para essa parte da população.
 O deputado avaliou que, mesmo com a ação direta de inconstitucionalidade impetrada contra as cotas no Supremo Tribunal Federal, essa política deve continuar sendo implementada e ampliada.
Segundo LUIZ ALBERTO, mais de 50 universidades públicas brasileiras adotam o sistema. O parlamentar elogiou a maneira como o Supremo está conduzindo os debates sobre a questão.

Deputados e representantes do movimento social negro comemoram na Câmara, em 2010, a aprovação do Estatuto da Igualdade Racial

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