quarta-feira, 16 de março de 2011

Angola regista avanços na padronização das língua nacionais

Uniformização de alfabeto de pelo menos seis línguas nacionais, disse, hoje, à Angop, o vice-ministro da Cultura, Cornélio Caley.

O responsável falava à Angop, à margem do encerramento do 1º Worshop Internacional que decorreu em Luanda, de 14 a 15 de Março, no âmbito do programa do Ministério da Cultura que prevê, entre outras políticas, o estudo, valorização e padronização da ortografia do alfabeto das línguas nacionais.
 Segundo o vice-ministro, estes avanços são bastante importantes, já que ao “examinar-se o que já existe, provavelmente não seja mais necessário realizar outros encontros para debater os conceitos e a sua padronização”.    
 Disse que a harmonização “é a forma de encontrar um alfabeto comum das línguas nacionais em Angola, mas, constatou-se que já existem muitos avanços neste domínio”.
 Indicou, à propósito, que além deste workshop internacional foram já realizados quatro encontros (seminários) sobre línguas nacionais, os quais permitiram registar esses avanços em termos de conceitos padronizados, em pelo menos algumas línguas mais faladas.
 As línguas  nacionais Kikongo, Kimbundo, Cokwe, N'haneka Humbe, N'ganguela, Umbundo e Kuanhama já contam com alfabeto próprio, segundo garantias do vice-ministro, Cornélio Caley.
 Lamentou a ausência de representante dos Koisan, motivada pela inexistência de peritos em linguística desta área etnolinguística.
 “Os especialistas desta área (dos Koisans) dedicam-se mais ao estudo antropológico e não propriamente da linguística. Penso que devemos formar quadros nesse domínio, sob pena de extinção”, defendeu o responsável, sem avançar horizonte.
 Outro aspecto apontado como estando na base da ausência de um especialista em linguística daquele grupo étnico tem a ver com o facto de os seus falantes serem em número muito reduzido no país.
 “É preciso estimular à fala das línguas nacionais, porque isso leva à participação das pessoas. Tem que se fazer um enorme esforço na área da linguística, para que a medicina, a botânica, a poesia, os instrumentos de trabalho e tudo que diz respeito a nossa vida sejam também abordados e compreendidos através de livros escritos em línguas nacionais”, enfatizou, acrescentando que sem a escrita tudo desaparece.
 Disse que aquilo que o Ministério da Cultura está a fazer, no âmbito da padronização dos conceitos, visa conferir instrumentos ao Ministério da Educação, no sentido de tomar o ensino padronizado das línguas nacionais nas escolas do país como algo normal.

“Queremos dar instrumentos técnico-científicos ao Ministério da Educação”, concluiu.

Fonte e redação: ANGOLAPRESS 

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