segunda-feira, 16 de maio de 2011

Pesquisa identifica modo de cobertura sobre etnias nos principais jornais e revistas do país

Na manhã do 13 de maio, o auditório Milton Santos do Centro de Estudo Afro-Orientais da UFBA sediou um acalorado e importante seminário que apresentou resultados parciais de um estudo inédito sobre o monitoramento dos 17 maiores jornais do país e seis revistas de circulação nacional. Trata-se do projeto pesquisa “Faces do Brasil” que tem como objetivo identificar a cobertura e o modo de abordagem da grande imprensa brasileira sobre questões relacionadas às etnias: negra, indígena e cigana. Participaram do lançamento dezenas de estudantes, pesquisadores, jornalistas, acadêmicos, representantes de movimentos sociais e diretores de redação dos dois principais jornais impressos do estado da Bahia.
Realizado pelo Grupo de Pesquisa em Mídia e Etnicidades (Etnomídia), ligado ao Programa Multidisciplinar de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade da Faculdade de Comunicação, da Universidade Federal da Bahia (Facom/UFBA), a pesquisa apresentou um levantamento sobre a cobertura de jornais e revistas dos estados da Bahia, Pernambuco, Roraima, Maranhão, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Mato Grosso, Minas Gerais, Espirito Santo, Ceará, Pará, Amazonas e Rio Grande do Sul.
A pesquisa realizada entre os meses de outubro a dezembro apresentou de forma quantitiva e qualitativa o modo de cobertura e abordagem dos jornais e revistas. Entre os resultados destaca-se: a prevalência de matérias que pautam o negro, porém de forma segmentada ao aspecto cultural e pouco contextualizada. “A maioria das matérias que tratam do negro não problematizam a realidade do mesmo. Apesar da quantidade, os números não representam o compromisso dos veículos com a diversidade”, destaca a coordenadora da pesquisa Danila de Jesus.
Com relação as etnias indígena e cigana, os resultados da pesquisa demonstraram a escassez de matérias que socializassem as conquistas e história de luta de ambas, pautando apenas temas como conflitos de terra e brigas. Nas revistas o resultado não foi diferente. “O que ficou foi um silêncio permanente com relação aos negros, indígenas e ciganos. Um silêncio das revistas diante das questões sociais”, conclui a bolsista da pesquisa e estudante de jornalismo da Faculdade de Comunicação da UFBA Marilucia Leal.
O projeto pesquisa Faces do Brasil tem a coordenação-geral do professor doutor em Comunicação, Fernando Conceição e a parceria da ONG Omi-Dùdú, com financiamento da Fundação Ford.
Confira abaixo comentário do professor Fernando Conceição sobre a avaliação dos resultados parciais da pesquisa e quais serão os próximos passos da mesma, que tem previsão de conclusão no mês de julho deste ano.


Fonte : CorreioNagô

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