sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

6º Festival de Arte Negra - FAN tem início em BH, vai até maio de 2012

Mudar para continuar o mesmo, ou melhor, para seguir mantendo a mesma relevância - é com esse espírito que a 6ª edição do Festival de Arte Negra (FAN) de Belo Horizonte tem início na próxima sexta-feira, com um formato diferenciado, pensado justamente para se discutir o que a cidade espera de um evento como este no atual cenário artístico-cultural. Apesar de uma programação que concentra, até domingo, debates e diversas apresentações artísticas, o que se tem nesse próximo fim de semana é o início de um processo que vai culminar em maio do ano que vem, quando esta edição do FAN, dispersa ao longo de seis meses, toma corpo de fato.
 Mudar para continuar o mesmo, ou melhor, para seguir mantendo a mesma relevância - é com esse espírito que a 6ª edição do Festival de Arte Negra (FAN) de Belo Horizonte tem início na próxima sexta-feira, com um formato diferenciado, pensado justamente para se discutir o que a cidade espera de um evento como este no atual cenário artístico-cultural. Apesar de uma programação que concentra, até domingo, debates e diversas apresentações artísticas, o que se tem nesse próximo fim de semana é o início de um processo que vai culminar em maio do ano que vem, quando esta edição do FAN, dispersa ao longo de seis meses, toma corpo de fato.
"A gente viu que era preciso repensar o festival. Quando idealizei o FAN, foi a partir de uma leitura que eu tinha da produção local naquela época. Não existiam aqui grupos de teatro formados por negros, quase não existiam grupos musicais formados por negros, quer dizer, a produção cultural de Belo Horizonte na seara da negritude estava ainda muito ligada somente à questão religiosa, com o congado, o candomblé, a capoeira. Em outras áreas, na literatura, nas artes plásticas, no teatro, era algo praticamente inexistente", diz Gil, avaliando que, ao longo dos últimos 15 anos este panorama mudou consideravelmente.
"A gente criou o FAN para estimular a cidade a produzir outras coisas. Deu certo, hoje você tem um cenário de arte negra em BH totalmente diferente, com vários grupos atuando em áreas artísticas distintas. Pensamos que não dava para fazer o festival agora baseado só na nossa experiência pregressa, daí abrimos uma agenda de trabalho, que é para provocar a cidade e culminar com o evento mesmo em maio do próximo ano", salienta. Ele destaca, ainda, que as atrações que compõem essa primeira etapa foram todas pensadas com o intuito de instigar.
Como exemplo, Gil cita as aulas-espetáculo "Da Mama África à Mama Mundi", com Chico César, e "Sambeabá: o Samba Que Não se Aprende na Escola", com Nei Lopes, os debates reunindo representantes do poder público, de entidades ligadas à questão da negritude e da própria comissão organizadora, o tributo multimídia a Abdias do Nascimento, que vai reunir Benjamin Abras, Grace Passô, Renato Negrão e Rui Moreira, dentre outros artistas locais, e o concerto "Loas da Travessia da Calunga", com as cantoras líricas Inaicyra Falcão e Elizeth Gomes e o músico senegalês Zal Idrissa Sissokho.
Cumprida essa primeira etapa do FAN, a comissão organizadora pretende ir até a comunidade, identificar as demandas, e, ao mesmo tempo, convidar a população da cidade a participar da construção do que virá a ser o festival. "Uma coisa importante para a gente é que a cidade se aproprie do FAN. Esse período agora é um pouco nesse sentido de buscar estratégias para envolver as pessoas nessa discussão", diz Gil, antecipando as próximas ações. "Entre janeiro e fevereiro teremos quatro reuniões abertas, para discutir o FAN. Afora isso, vamos aos locais que identificamos como representativos da arte negra na cidade. E também, em outra via, estamos abertos a convites. Se um grupo de capoeira se reúne, ou um grupo do hip hop, a gente vai lá e conversa para saber o que ele espera do festival", diz

Programação:
Sexta-feira19h - Abertura com a presença de representantes de órgãos oficiais
19h30 - Aula espetáculo com Chico César (foto ao lado)
21h - Concerto "Loas da Travessia da Calunga", com Inaicyra Falcão, Elizeth Gomes e Zal Idrissa Sissokho

Sábado
15h - Debate "Políticas Públicas para as Culturas Negras"
17h30 - Roda de conversa sobre o FAN, com Gil Amâncio, Ibrahima Gaye (2ª foto), Leda Martins e Ricardo Aleixo, organizadores desta 6ª edição
21h - Performance multimídia "Abdias do nascimento: Rito de Recordação"

Domingo16h - Exibição do videopoema "Acrobata do Ar", de Ricardo Aleixo
16h20 - Debate "Afrografias: Escrever as Diferenças"
18h - Aula espetáculo com Nei Lopes
19h30 - Show de encerramento com Carla Gomes Zaika e convidados, Mariella Santiago, Sérgio Pererê e Lokua Kanza (ao lado)
Fonte: Grupo Discriminação Marcos Cardoso

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