segunda-feira, 20 de novembro de 2017

CRIOLA e Movimento Moleque lançam Campanha "Enquanto Viver, Luto!",

Foto Viviane Gomes CRIOLA
 Por Mônica Aguiar e Viviane Gomes 
( Rede  Ciberativistas  Negras ) 


O racismo é um inimigo maior do que se imagina

A Campanha "Enquanto Viver, Luto!", organizada pelo Criola e Movimento Moleque, foi lançada na segunda quinzena de novembro deste,  e quer mobilizar a sociedade para o fim do racismo. 

O lançamento se deu em frente igreja da Candelária no Centro do Rio de Janeiro .  Uma das  estratégias definida observada :-  o fim do racismo e os efeitos que ele produz no cotidiano das mulheres negras, bem como o diálogo amplo com a sociedade em torno das desigualdades sociais  e as assimetrias raciais existentes.

O lançamento contou com a presença de parlamentares, ativistas, militantes, pesquisadores e mães e pai afetadas/o pela força violenta e letal do Estado.

Foto Viviane Gomes CRIOLA
As vereadoras Marielle Franco do Rio de Janeiro e Talíria Petrone de Niterói, colocaram seus mandatos à disposição da luta das mulheres negras contra o racismo. Marielle Franco destacou a importância de o lançamento ter sido feito num espaço público, cuja ocupação é negada à população negra. Assim, como a participação das mulheres negras na política. "É a política que decide a nossa vida. Se a gente está distante, não temos como intervir. A gente tem que estar lá para dizer que as nossas vidas importam, que a nossa vivência importa. Para dizer também que a gente quer saber quem está decidindo a nossa vida", declarou a Vereadora Marielle Franco. Para Talíria Petrone há uma potência na mulher negra que vem da história. "Se é tempo de dor, também é tempo de resistência. O mandato está à disposição dessa dor e da luta."

A médica e pesquisadora da Fiocruz, Verônica Souza de Araújo, falou sobre os impactos do racismo na área da saúde. "Não é por acaso que a mortalidade materna ocorra sete vezes mais em mulheres negras do que em mulheres brancas", argumenta. Vanessa Lima, advogada do Elas Existem, pontuou a massiva presença dos corpos negros encarcerados nas penitenciárias brasileiras.

Mônica Cunha
Mônica Cunha, ativista do Movimento Moleque e Lúcia Xavier, coordenadora-geral de Criola responsáveis pela campanhaafirmaram e que ira conscientizar as mulheres de que o racismo é um inimigo maior do que se imagina. 
Que a organização da sociedade faz com que as pessoas acredite que as estruturas sejam sempre harmônicas. Como se pobreza, desigualdade, violência, doenças fossem obras da providência divina e que não há formas de alterar essas situações.

Lúcia Xavier 
Há jeito, mas é preciso que a gente diga que não aceita mais. "A sociedade hierarquizada baseada nas formas de produção é uma construção negativa que faz o negro ser menos gente. Eu não aceito." Lucia Xavier defende que a arma dessa luta seja dizer que a gente não aceita mais.

Pausas longas e lágrimas marcaram a fala - carregada de emoção - das mães e do pai quando lembraram de seus filhos assassinados. Solidárias, as organizações: Cieds, através do programa Fazedores do Bem, o CTO, Associação de Familiares de Presos do RJ, Comissão de Direitos Humanos da ALERJ, Associação Amar, Frente do Desencarceramento no Rio de Janeiro, o Movimento Tortura Nunca Mais, Redes da Maré, ISER, Rede de Comunidades e Movimentos Contra Violência, Fórum Grita Baixada e a Rede Nacional de Mães e Familiares de Vítimas do Estado Brasileiro se juntam ao coro dos parentes das vítimas para dizer: Enquanto viver, luto!



Nenhum comentário:

MAIS LIDAS